domingo, abril 29, 2007

Portugal dos pequeninos


Como quem não quer a coisa tentaram todos procurar ver o futuro novo habitante da aldeia. Os senhores juntaram-se no café, como quem não quer saber, jornal, tabaco e café, mas sempre de olhos no autocarro que ia descarregar o novo professor primário. As senhoras todas vizinhas umas das outras, como quem não quer a coisa, cochichavam entre elas, ansiosas por poder espreitar tal personagem. As raparigas, como quem não quer a coisa, olhavam-se ao espelho, só para confirmar que tudo estava nas suas devidas posições. Só as crianças, mais sinceras e directas, como quem não quer a coisa, imaginavam com alguma desconfiança, receando esta nova intrusão na sua vida. O representante da aldeia lá estava, junto com o Sr. Padre e o director da humilde escola, que em muitos pontos iria competir, qual futuro de todos os alunos, com os grandes estabelecimentos da cidade. Como quem não quer a coisa o autocarro chegou. E como não quer a coisa o professor lá desceu, meio aborrecido por ter literalmente caído de pára-quedas num local longe, calado e seco. No entanto sentiu uma ponta de orgulho. O ar era de cortar à faca, mas, afinal, era tudo por causa dele. Reparou nas senhoras, reparou nos senhores, nas crianças e nas meninas à porta de casa, e ao balcão das janelas. Pensou por isso que o melhor era demonstrar confiança, calma, e, de peito inchado, lá foi cumprimentando as autoridades locais. O “futuro” das gerações iriam passar por ele nos tempos que viriam, ao que era muito importante começar com o pé direito e todos os bla bla blas ao qual um representante de um local, seja ele qual for, tem a obrigação de explicar e exprimir. Ser professor é quase ser médico por estas bandas. É quase ser escritor, filósofo, psicólogo, pai, irmão, ser superior. Quase padre também, pois não podemos estar muito para lá da própria pureza, ou melhor, da integridade, e, por isso, nunca transparecer a atitude das coisas “feias” da vida. Aqui não. Ser solteiro por estas bandas é quase estar casado com os hábitos daquilo que existe a tão pequena escala, onde o ideal de beleza é o que aqui se encontra e nada mais. Um dia, quando chegar a informação, tudo isto irá ser reduzido à própria ignorância, aqui representada por uma aldeia afastada do principal, aquilo que tem verdadeira força, o movimento, o burburinho infernal e tão bom da vida. Um dia irá chegar a informação e, depois de habituarmo-nos a ela, acabaremos por sentir saudades dos tempos em que tudo era simples, os professores ainda eram considerados gente, os padres ainda respeitados e nunca confundidos com todos os outros que passam por nós evangelizando várias versões da mesma coisa, comprometendo a sua própria existência. Um dia, os representantes dos lugares foram isso mesmo, transportadores dos problemas e simples vizinhos das pessoas, com casas e familiares sempre por perto de quem gosta de ir ao café, ou de ler o jornal.
Um dia teremos saudades do tempo em que não éramos conhecidos dos outros, apenas de nós próprios …
O que é que tem o Barnabé, que é diferente dos outros? É o facto de ser o nosso Barnabé. Por enquanto…

sexta-feira, abril 27, 2007

A propósito de Liberdade 3

Mais um fim-de-semana, após um feriado que soube mesmo bem, e antes de outro que vai saber ainda melhor, já que é o aperfeiçoar, do anterior, e o tempo já se sabe, vai estar espectacular.

Talvez voe entre as aves
Talvez vá ao fundo do mar buscar a companhia dos peixes
Talvez suba montanhas ou viaje num comboio até me cansar
Talvez fique em casa a ler tudo aquilo que me falta
Talvez fique a ouvir o som do vento e das ondas do mar
Talvez esgote os pulmões aos gritos do alto de um monte
Talvez ganhe um campeonato de uma qualquer modalidade à minha escolha
Talvez durma durante dois dias seguidos
Talvez não faça nada
Talvez silêncio
Talvez cor
Talvez pinte ou desenhe
Talvez represente
Talvez dance até desmaiar
Talvez dance até cair
Talvez caia até dançar
Talvez caia mesmo ou desmaie
Talvez beba até cair
Talvez me levante
Talvez me meta em confusões
Talvez ame com todas as minhas forças
Talvez faça tudo isso ao mesmo tempo
Talvez não saiba o que fazer
Talvez me arrependa de ter feito tudo e nada
Talvez, se quiser
Talvez possa
Talvez Livre
Talvez a Liberdade seja isso mesmo, a escolha
Talvez a Liberdade seja isso mesmo, a dúvida
Talvez...


Façam aquilo que quiserem, tudo aquilo que puderem, mas por favor façam-no a plenos pulmões…

Bom fim de semana e viva a liberdade.

quinta-feira, abril 26, 2007

A propósito de liberdade 2


... é ter o privilégio de viver num sítio que toda gente esquece, excepto quando chega o verão...

A propósito de liberdade






Sergio Godinho - se há alguém que merece liberdade, é aquele que escreve sobre ela.

O primeiro dia (com acordes)

G
A princípio é simples anda-se sozinho
Dm
passa-se nas ruas bem devagarinho
Am
está-se no silêncio e no borborinho
Em
bebe-se as certezas num copo de vinho
Dm Eb
e vem-nos à memória uma frase ba tida
Bb Cm F Eb
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Bb Cm F Eb
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que leva a peito
bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Eb F Eb F Eb F Cm F G G7

C
Depois vem cansaços e o corpo frequeja
Gm
olha-se para dentro e já pouco sobeja
Dm
pede-se o descanso por curto que seja
Am
apagam-se duvidas num mar de cerveja
Gm
e vem-nos à memória uma frase batida
Ab Eb Fm Bb
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Ab Eb Fm Bb
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

C
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Ab Bb Ab Bb Ab Bb Fm Bb C D7


G
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida





(retirado da internet)

terça-feira, abril 24, 2007

25 de Abril


Coisas que suponho serem boas para nós portugueses:

- Não estarmos no centro da violência, como os “grandes” da Europa
- Somos um paíszito plantado, sem pressas de nada
- Não termos tanta poluição quanto isso
- Temos o mar á nossa frente
- Ainda comemos carne de jeito
- A nossa gastronomia é excelente
- O fado é algo de verdadeiramente incrível. Não me canso de dizer isto. É rico e fantasioso ao mesmo tempo. É infinitamente grande e cabe na alma de qualquer um.
- A nossa língua faz permite-nos voar nas ondas dos outros mares. A língua portuguesa representa tudo aquilo que quisermos que represente. e não só representa como age e reage de uma forma altamente subtil e sofisticada.
- Sabemos fazer tudo. Pode ser mau mas, na realidade é mesmo muito bom. Podemos estar em quelquer lugar, a fazer qualquer coisa. E fazêmo-lo muito bem.
- Rimo-nos de nós próprios com satisfação.
- Temos tempo para a vida, mesmo se por vezes não sabemos o que fazer com ela...

Coisas que não suporto, precisamente porque eu, como português não merecia isto:

- A televisão em Portugal , mais propriamente o facto de programas como o “acontece” serem substituídos sem o mínimo de barulho, já quando saí um episódio novo da floribella, o cagaçal é no mínimo ensurdecedor. Quem diz floribella diz os programas da manhã e da tarde que foram elaborados para alimentar e distrair gente que não tem culpa de ser ignorante, dos verdadeiros problemas do país.
- As novelas brasileiras que servem para alimentar os países do terceiro mundo
- Não sabermos usar a nossa cabecinha para pensar
- A palhaçada do festival da canção
- O futebol que tem mais ou menos o mesmo fim dos programas da televisão (quem não se lembra do dia em que o nosso governo decidiu aumentar os impostos, não se lembram? Pois não, foi no dia em que o Benfica foi campeão)
- Os governantes que pagam para serem corruptos, receberem e pagarem mais um bocadinho…
- A importância que damos a gente sem importância nenhuma
- Os VIP que só vão a festinhas (bater palminhas e tirar fotografiazinhas)
- A música de merda que se faz em Portugal, que é criticada sem fim, mas continua a ser aquela que rende mais.
- A minha terra no verão, quando se enche de gente que pensa estar de férias só porque trouxe a porcaria da confusão para um lugar que tem praia e um apartamento a cair de podre.
- Pagar para estudar e acabar porque não teve média para estudar numa universidade pública, e receber um serviço em péssimas condições, ás custas dos pais que fazem o que podem e o que não podem para alimentar os estudos, alojamento, alimentação e as bebedeiras dos meninos.

Enfim…

Bom feriado pessoal (porque para muitos é este o verdadeiro significado do 25 de Abril)


P.S. Vou tentar actualizar a minha lista sempre que me lembrar de alguma coisa…
Cara Universidade Independente,

Venho por este meio informar-te que se chegaste ao programa da tarde da sic é sinal que já caíste ao ponto de servires para as audiências do tipo "palmas e palminhas e viva viva!!!". Se fores parar ao programa do Goucha, então podes mesmo pôr a corda ao pescoço...

sexta-feira, abril 20, 2007

Ainda bem que tenho TV CABO


Não quero aqui fazer publicidade á dita cuja acima mencionada, mas acontece que hoje fui almoçar num local que tinha a televisão ligada num dos nosso fantáaaasticos canais públicos, e prontos não é... lá estava um parolo com um sorriso forçadissimo a tentar enfiar uma de felicidade e de surpresa por qualquer coisa (felizmente estava suficientemente longe da tv para ouvir fosse o que fosse), e ao seu lado, o tal velhote com um braço enfiado num boneco mesmo mal feito, á espera de uma oportunidade para falar sem mexer os lábios. Patético...

TIRANDO ISSO BOM FIM DE SEMANA A TODOS!!!!

LDL, HDL, Mel, Fel, Carrocel


Fui-me avisado que os meus níveis de colesterol estão avariados. Ou seja, os tais valores que são supostamente nocivos estão demasiado altos, enquanto que os porreiraços esses meninos apresentam-se um tanto ou quanto pró balda, já que até se podiam juntar em maior quantidade e curtir mais vezes pelos meus lados. Por isso decidi que, enquanto a situação ainda se pode corrigir, iria tentar ao máximo evitar os suminhos e os chocolatinhos e todos os outros inhos que supostament fazem um malzinho desgraçado. Devo evitar as carnes vermelhas, as gorduras, os fritos, a manteiga, o leite gordo, e outros afins que acabam em ac Donald ou Izza Hut ou mesmo Ans and ompany. Nada de pipocas nem coca-cola, e logo eu que vou ao cinema como quem apanha o autocarro para o trabalho. Resta-me então saber o que me sobrou para poder desfrutar… ora vejamos, peixe cozido… hum… legumes cozidos … ok…. saladas sem nada a não ser o verde e algum tomate e tal… pão integral… massa integral… fruta ainda vá e outros valores e sabores de segundo grau… tudo isto é muito bonito mas, para ser completamente honesto, no fundo, no fundo, mas mesmo no fundo, não estava com a mínima vontade de partir para estes parâmetros. Mas pronto. Lá insisti comigo e acabei por ceder áquilo que o meu “eu” saudável (que não sabia que existia no que respeita à comida) queria. Comecei então a comer somente o que gostamos de chamar de comida que faz bem á saúde. E lá fui fazendo e fazendo e fazendo, até que se passaram, ora deixem lá ver, o outro tinha um curso…, agora já não sabe se tem……a Universidade dele emitiu qualquer coisa…. ora são 4 … não 5 … afinal é mesmo 4… passaram-se duas semanas! Mais propriamente 16 dias. Não posso dizer que ando muito mal porque até já me habituei a comer saladas mesmo quando o almoço é numa esplanada e os meus colegas estão a devorar pizzas gigantes, daquelas que fazem crescer água na goela. Mas não. Até agora tudo bem, não é assim tão difícil, sobretudo porque decidi fechar os olhos em duas refeições, uma de aniversário da minha amada num restaurante que custou os olhos da cara e o outro no jantar de família referente ao aniversário referido anteriormente, daqueles em que és homem ou não és homem se não comeres e não repetires quinhentas vezes, com bebida à mistura e olhem-para-mim-a-comer-até-dá-gosto-façam-o-mesmo-senão-vou-fico-a-olhar-para-vocês-com-aquela-cara-de-quem-nunca-viu-uma-coisa-assim-um-homem-tão-maricas-que-não-repete-a-comida-dez-vezes… Enfim… só tenho mesmo é de esperar pelo próximo jantar de anos e pronto.

quarta-feira, abril 18, 2007

Nós e a Internet - Vale a pena pensar...


Cliquem aqui todos aqueles amigos fanáticos pela web, pela matrix, pela vida em geral e pela vida na internet em particular, a todos os pensadores e filósofos, ponham os olhos nisto...

Eu ouvi o meu vizinho, ás quatro da madrugada

Viver em apartamentos é uma chatice quando nos deparamos com vizinhos que insistem em comportar-se como se fossem proprietários de uma vivenda isolada no meio do mato, e que decidiram comprar o último grito de sistema de som, sabendo de antemão que um, não podem usufruir do mesmo porque vivem ao lado de outras pessoas que também têm o direito de ouvir o som das suas próprias televisões e aparelhagens, e dois, porque a música para ter os mínimos requisitos de qualidade, ser minimamente decente, ou seja, comprar cds na feira nunca é a mesma coisa do que ir a uma loja de música e adquirir o trabalho original.
Tenho um problema. Aliás tenho dois. Um no andar de cima com a música brasileira a horas anormais, e outro no andar de baixo, com festas de sábado á noite que duram até ás 6 da manhã quando, por acaso, até temos de trabalhar ao domingo… As festas do andar de baixo não se têm repetido muito mais, o que já é uma boa notícia, a não ser quando os jogos do Benfica são transmitidos nos canais públicos da televisão portuguesa (o que até calha bem o facto do Benfas não ter tido muita sorte no campeonato, evitando desta forma, festejos prolongados). Em relação aos meus vizinhos de cima, a palavra educação não existe. Na segunda-feira a música começou ás 6 da manhã e durou até ás 8. Foi um despertar deveras assustador, que rebentou literalmente com a minha alma para o resto do dia. Já parte desta noite passou da pior das maneiras, visto que foi das 2 ás 4 da madrugada, e garanto-vos que não foi um passarinho que cantou. Foi música do nordeste brasileiro, e da foleira, ainda por cima. O pior é que tocar á campainha ou bater à porta dos vizinhos não resolve rigorosamente nada, já que aí fazem-se de surdos, ou seja, não ouvem a campainha da própria casa, e não aparecem para levar a tal carga de porrada que muitas vezes imaginei e cheguei a sonhar sempre que tento dormir e não consigo. A verdade é que nunca os vi, na verdade, não sei se o quero. Ainda me arrisco a levar uma dentada, já que de ser humano, aquela gente não deve ter muito.
Recordo igualmente uma situação em que duas famílias chegaram a partilhar o apartamento ao lado, num total de nove pessoas num T1, precisamente no andar destes meus animais de “destimação”. As crianças, coitadinhas, tinham de andar de skate e jogar ao berlinde no corredor, já que em casa não havia espaço para poderem brincar. Digamos que o choque de titãs entre a barulheira de uns e a música brasileira de outros acabava por anular-se quando passavam a vias de facto. Ouvia-se gritaria por alguns minutos e o ambiente acabava por acalmar. As tais duas famílias devem ter perdido a paciência e acabaram por mudar-se para outras paragens. Se calhar tinha sido melhor se tivessem antes permanecido no prédio, ontem tinha dormido melhor de certeza…

segunda-feira, abril 16, 2007

Animação a não perder

Para os fãs de animações aqui fica algo mesmo fantástico...





Após fazer a ligação devem clicar em "watch this movie"

sexta-feira, abril 13, 2007

Sexta-feira ou a vida selvagem … mas só na playstation

Versão Masculina

Hoje é Sexta-feira, último dia de trabalho desta semana. Finalmente vou ter dias de descanso. Isso sim é que vai ser! Um fim-de-semana em cheio. Não tenho assim nada de especial para fazer, mesmo como gosto. No sábado vou dormir até tarde, depois acordo e passo a tarde toda no centro comercial, ou talvez fique a ver televisão até á hora do jantar. Quero mesmo é ir beber um copo á noite, á tasca do Zé, sim porque os bares tão pela hora da morte, já se sabe que não se pode apanhar uma piela sem gastar um quarto do ordenado. Aquilo na tasca é mais porreiro, há sempre discussões por causa da bola, e ás tantas o Zé lá oferece mais uma cervejita e tal, bem puxado até me dá duas. Assim é que vale a pena sair. Depois talvez tente espreitar a marina para ver os barcos dos ricaços ou dar uma volta pelos pubs. Uma volta é como quem diz. Posso até lá entrar mas consumir lá é que não, senão vai-se o resto do dinheiro. Depois no Domingo se estiver em condições, pode ser que vá dar uma voltinha no outro centro comercial para não ser a mesma coisa. Á noite só é pena não haver bola senão era o serão perfeito. Mas já sei o que vou fazer. Vou jogar Playstation. Toda a gente me diz que não tenho já idade para jogar àquilo mas acho que ninguém compreende a beleza daquela consola. Consigo ficar dias e dias entretido com os jogos de tiros, de carros ou de futebol. Sou mesmo sortudo. Só me falta a telecabo e a Internet para ter tudo aquilo que realmente quero… Depois sim vou ter mesmo altos fins-de semanas. Já estou mesmo a ver-me sentadinho a ver filmes e jogar e sei lá mais o quê. Qualquer dia nem preciso sair de casa nem nada!


Versão Feminina

( atenção esta versão é somente para os modelos que não incluem fazer limpeza em casa)


Hoje é sexta-feira, último dia de trabalho da semana. Mesmo o que estava a precisar, um fim-de-semana sem nada de especial para fazer, a não ser divertir-me com as amigas. No sábado vou dormir até ás 11 e depois vou ao shopping, fico por lá, vejo as montras e tal, compro umas blusinhas, almoço por lá uma sandes ou outra coisa do género, e depois volto para casa, por volta das 2 ou 3 da tarde. Fico a ver televisão e começo a preparar-me para a noitada. Telefonemas e combinações que nunca resultam muito bem mas gosto de me antecipar, gosto de saber primeiro qual a ideia do resto do pessoal antes de decidir para que lado hei de me virar. Desta vez vai estar gente bonita naquela discoteca nova que abriu no mês passado. Não se podem perder estas coisas. Vou então tentar que alguém vá para lá. Pode ser que conheça alguém que me pague uma bebida ou duas. Da última vez foi mesmo fixe, aquele moço muito giro que faz de vilão na novela da noite estava no FLUXX vinha no meu sentido e deu-me um encontrão sem querer. Olhei para ele e sorri. Ele pediu-me desculpas e retribuiu-me o sorriso. Nem parecia ele, mas depois de tomar bem atenção é que vi quem era. Não lhe disse nada mas deu para ver que ele tinha ficado interessado em mim… Desta vez não me escapa já disse ás outras. Vai ser curtir até ás tantas. Depois no domingo fico a descansar como deve ser. Vejo televisão desde que acorde até que me deite outra vez. Talvez ligue á Joana a ver se não quer aparecer por cá mais tarde para depois irmos tomar um cafezinho á noite no shopping e falar da nossa noite, assim só para descontrair…


Ok pessoal. Quantas e quantas pessoas estarão neste momento a pensar isto? Talvez tenha exagerado na tasca, mas também não mencionei as novelas que vão agarrar meia população portuguesa á TV este fim-de-semana. Vejam lá se acordam para vida e façam qualquer coisa de interessante ok?

Dito isto divirtam-se muito…

quinta-feira, abril 12, 2007

Enquanto Dormias

Sempre em frente pensava eu. O caminho corria longo mas a força era suficiente para continuar. Fui andando até que cheguei a um lugar estranho. Era amplo e claro, mas com espaços bastante escuros também. Pequenas criaturas de asas muito finas e sapatos de linho, centenas de seres flutuavam pelo caminho, vindos de grutas e buracos que não me inspiravam muita confiança. Pousei os olhos sobre uma delas. Tinha olhos finos, lúcidos e brilhantes. Parecia feliz… Fiz-me passar por simpático, afim de explorar as suas verdadeiras intenções. Foi-me retribuído o sinal. E acabou.
Acordei bem disposto, pronto para mais um dia de trabalho árduo. Hoje em dia, são muitas vezes os sonhos que nos dão momentos de felicidade, quase infantil. Tenho prazer em explorar mundos quando estou a dormir. Por vezes fazem-me rir, outras vezes transmitem-me tristeza. Chego a ter medo e que medo, garanto. Acabo por acordar completamente assustado, como se tudo aquilo que penso que sou não é nada mais do que uma simples casca que se rasga ao mínimo grito do meu interior. Sou mesmo um medroso… A verdade é que se for comparar tudo aquilo que já “passei” enquanto dormia, com a minha vida acordado, devo admitir que a minha face nocturna tem uma situação social muito mais animada… Já conheci planetas, lugares, falei das mais variadas línguas, pratiquei todos os desportos e já conheci mais pessoas do que quando estou acordado… O que é no mínimo patético mas não impossível. Até é mais provável sonhar com o Ferrari último modelo do que propriamente tê-lo… Enfim…
Esta noite há mais Sr Flor de Estufa....

quinta-feira, abril 05, 2007

Gato Fedorento no seu melhor

Estou de partida para Londres, mas gostaria apenas de comentar o cartaz que o Gato Fedorento teve o prazer de colocar mesmo ao lado do cartaz do PNR, sim porque o cartaz do PNR esse, não merece nem sequer um comentário. Há quem prefira criticar, eu cá prefiro que morra no esquecimento. Pois é senhor bimbo do PNR(cujo nome ninguém deve pronunciar sob risco de infecção urinária), para esperto, esperto e meio!

Boa Pascoa a todos e até Segunda-Feira.

terça-feira, abril 03, 2007

A Laura alugou um jipe

A Laura alugou um jipe. Veio directamente dos USA e alugou um jipe para dar as suas voltas, visitar os seus amigos, há muito que não os via. Lá estava ela, cheia de orgulho, passeando pelas ruas da sua muito mais pequena cidade, nem pensem comparar nada com a sua maravilhosa nova vida nos States. Não é que a Laura seja grande coisa por lá, nunca chegou a poupar nada em especial, nem sequer tem um emprego a tempo inteiro, mas o que interessa é que ela vem da América, e os outros não. Daí o jipe. Símbolo de poder.
O dialecto português aos poucos foi sendo empurrado pelo típico sotaque de batatas quentes na boca, assim como o andar, este muito mais modernizado que o nosso, a autoconfiança presumidamente fortalecida, vai ser um prazer olharem para mim, vão ver só...
Acontece que o jipe poucas voltas deu, por mais repetidas que estas fossem, já que a nossa pequena cidade é isso mesmo, pequena, na sua paz á beira do oceano (fora no verão em que metade da capital sai e pega nos engarrafamentos de lá, e resolve trazê-los para aqui). Tem duas avenidas principais, um passeio de calçada á beira do mar, com bancos e palmeiras, caminho diga-se de passagem, pedestre e tranquilizador, tão puro e simples como nós.
Os amigos esses não mudaram muito, a não ser o facto de estarem todos bastante estáveis na vida, mantendo o prazer da suavidade dos momentos, a calma de existir, o sabor do passar do tempo, e isso reflete-se no seu estar, na cor da sua pele, na leveza do olhar. Tudo isto nada tem a ver com a evolução das sensações que a Laura traz da terra prometida. Para ela tudo isto é sinónimo de pasmaceira e não compreende porque não conseguem ver que ela está muito melhor. Aquilo é que é bom, altas festas, musica e tudo o mais... Mas o tudo o mais, aquilo que realmente torna as pessoas felizes a longo prazo, aquilo que ela nunca conseguiu ver cá, também lá não o viu nem o quis. Limitou-se a entrar na rotina superficial que tinha aqui. Mudaram os tempos, manteve-se a vontade.
Hoje tudo aquilo que há lá também existe aqui, se bem que filtrado o essencial,o mais importante, digamos que o menos vulgar, superficial, etc... Hoje em dia quem souber viver bem fá-lo em qualquer lado. O contrário também acontece. O melhor que a Laura fez foi entregar o jipe apanhar o avião de volta. Aquilo afinal não correu como ela tinha imaginado. Pelo menos lá toda a gente concorda com ela. Lá é muito melhor sim senhor, tens razão Laura. Vai lá curtir vai...