terça-feira, julho 22, 2014

Até á exaustão





- ás vezes só me apetece dar-te um par de estalos para ver se acordas para a vida...
- ai sim? Pois ás vezes apetece-me dar um ar de estalos na vida a ver se ela me deixa em paz...
- és mesmo bronco pá... olha o mundo aí á tua volta.... sai de casa!
- quem te diz a ti que estou em casa? A casa é o meu mundo. A casa está virada para fora. Quantos de nós saem de casa para se meterem dentro das suas orelhas especados numa cadeira a ver tv e a beber o bendito cafezinho...
A minha alma é a minha casa. A minha casa é o meu mundo. Aquele em que ando e corro e vejo e sonho...
Sai tu da tua alma ao invés de saíres de casa. Sai tu do teu coração e enfrenta a dura realidade. Não há nada demais por aqui fora. Está tudo dentro dos nossos corações, e estes estão cada dia mais fechados na nossa caixa forte.
- A caixa endurece com o tempo. Depois seca e mirra. Sai de casa seu palerma.
- Concordo. A caixa endurece com o tempo. Mas nem sempre seca, e nem sempre mirra. Talvez aos olhos dos outros sim. Mas por vezes, só por vezes, amadurece, ganha uma coloração aveludada, ganha gosto pelo gosto, e transporta prazer. E nem sequer precisa de ar para respirar. É como o sol. Consome-se até á exaustão...

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