Check-in Check-out
Cinco da manhã… O sono e o cansaço vão me mantendo acordado.
O cérebro flutua enquanto os olhos tentam desesperadamente distinguir o céu da
sombra. Qualquer exercício mental dói. Até estas teclas do computador parecem ganhar um peso extra…
Anseio pela hora da saída, que dá inicio ao dia dos outros, com exceção do meu.
O meu dia veste-se de escuro. O meu sol é um satélite e não estrela. O meu dia deixou de o ser faz tempo... Quando se trabalha de noite não se é um pássaro da noite. Não se sai depois do pôr-do-sol para uns copos. Não se olha para o relógio a partir das quatro e pensa-se que já é noite dentro. Quando se trabalha, essa hora é apenas metade do turno que se foi, sendo que o resto há de vir ainda. Se durante os dois dias de descanso tentamos levar uma vida como a da grande maioria do mundo, então aí nem se faz nem se deixa fazer. Andamos do tipo zombie o dia ou a noite toda. O tempo passa numa redoma artificial. Só os dias, esses soldados imbatíveis, desfilam uns após os outros sem dar tréguas a quem nasceu humano. Olhas para eles e não os vês. Desta vez não é o tempo que passa demasiado depressa. É antes o tempo que passa como se andasses de metro e olhasses pela janela, dia após dia, após dia. Os silêncios misturam-se com a cor da parede. O zumbido errado. o da cabeça e não o do silêncio...
Não durmas não.
Não durmas não.
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