quinta-feira, março 27, 2014

Zig Zag

Sonho com caminhos. Caminhos do tipo fotografia. A maior das metades, no extremo superior, reflete o azul do céu. As núvens são poucas, unicamente para não cansar a vista de toda esta pureza de ar. Vento nem vê-lo. O cheiro vem do mar, mesmo se já cá não anda. Em baixo tudo é verde. As subidas e descidas da relva e das flores provam que o mundo se moveu um dia. Sinuosa-se por entre estes verdes um caminho de terra, que alguma bicicleta há de tracejar. Cenário tipicamente Neruda. Idade do Pablo.
Por vezes vemos isto e olhamos para ele. Por vezes sonhamos com ele, versão sépia da vida. Já o vivi. Já o vi. Fotografei-o várias vezes, mas a minha mente mantêm uma vivência diferente, com cheiros, sons e cores que a máquina esqueceu de levar com ela. Sonho que estou no topo. Sonho que já passei para o outro lado. Sonho e nunca chego lá. Ninguém chega lá. Este sonho é como o tempo. Como o tempo presente. Como o tempo futuro. Chegas lá e já era. Está lá atrás no passado. Olha, sabes que mais? é um caminho. Só mais um dos caminhos com que sonho. E sabes que mais ainda? Ainda bem que não chegas lá sem passares pelo passado. Só assim se desenha sem se estragar, o futuro caminho que há de vir.
Acho que está na hora de tomar os comprimidos.


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