terça-feira, agosto 29, 2006

Os bois em frente dos carros.

O que faz sentido final? Qual a lógica de ter uma linha que nos oriente, se, mais tarde, não se consegue chegar a bom porto? O que interessa afinal de contas é sim a viagem, mas sobretudo a chegada. Se não se conseguir nada de satisfatório quando se chega ao fim, então de que serve viajar? A qualidade é melhor que a quantidade? Será mesmo? Se não tentamos muitas vezes como seremos então capazes de produzir algo satisfatório? E as entrelinhas? Não são elas mais visíveis e esclarecedoras do que o próprio conteúdo da mensagem? Porque não estamos então todos mais cientes da realidade e da veracidade relatibvamente ao mundo que nos rodeia? Simplesmente porque ler nas entrelinhas cansa muito mais, produzir muita quantidade para se conseguir algo que possua algum significado dá muito mais trabalho, e porque viajar somente pela viagem, é como concorrer apenas para participar. É agir sem o peso da responsabilidade. Ser maior é efectivamente um desafio que exige dedicar e abdicar, e aquilo que é duro também se revela, na maioria dos casos, assustador e trabalhoso. Por isso consideramos a qualidade como sendo bem melhor do que a quantidade, e a viagem melhor do que o destino. Os bois em frente dos carros são muito mais fáceis de concretizar do que substituí-los por carros a sério e com qualidade. Mas esse sim seria o verdadeiro destino de uma viagem...

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